Por quem choras, Helena?

Por quem choras, Helena?  
O livro é sempre algo a ser descoberto. Cezar Augusto Xavier Moreira tem se demonstrado, em seus livros, profundo conhece­dor da alma humana e certamente extraiu desse dom o título de seu novo livro, “Por quem choras, Helena?”. Nele está implícita a fina percepção de que nada impele a leitura com a mesma forca e persistência da dúvida. Aqui vai um exemplo clássico: não há outro livro de autor brasileiro que tenha sido lido maior número de vezes, e por tanto tempo, do que “Dom Casmurro”, de Ma­chado de Assis. No entanto, há mais de um século gerações têm procurado desvendar o mistério de Capitu. Um dos fascínios da literatura está em que as respostas quem tem é o leitor, não o autor. Disso tive uma constatação crucial em uma entrevista que fiz com Guimarães Rosa. Perguntei a ele se em “Grande sertão, veredas” Hermógenes personifica o diabo. Ele respondeu:
_Você viu isso? Porque, se você não viu, não estava lá. Aquilo que o leitor não vê, não está no livro!
Depois dessa lição, li “Grande Sertão, Veredas” mais duas vezes. Descobri coisas extraordinárias, como também descobri em “Por quem choras, Helena? Mas não conto. Não vou lhe tirar o prazer de se sentir coautor de um livro.
Lindolfo Paoliello

Sobre o autor:
Cezar Augusto nasceu em Ipanema, em 28 de abril de 1943. Viveu em sua terra natal até os 13 anos. Mudou-se para Vitória com a família, completando o curso secundário e o segundo ano científico. Em Belo Horizonte completou o curso científico e ingressou na Faculdade de Ciências Médicas, 1963. Graduou-se em 1968. Fez Residência Médica na Santa Casa de Belo Horizonte, em Cirurgia Geral, completando sua formação nos EUA. Retornou ao Brasil em 1976. Exerceu a medicina até 2014, alternando funções médicas com atividades administrativas. Em 2017, publicou seu primeiro livro “A Herança de Deus – A saga dos escolhidos”. Daí, em sequência, vieram, em 2018, “Coronel João do Calhau – O homem, O Lider, A lenda”. Em 2019, dando conti­nuidade ao tema do primeiro livro, lançou “A Grande e Esquecida Família”. Em 2021, busca outro gênero, o romance “Lucas Winkler, o obstinado”. Em 2024 retorna ao tema da saga dessa grande família, “A vida vale a pena, mesmo com Ela”. Nesse mesmo ano, publica “Arcaísmos na língua portuguesa – Do culto ao caipirismo”. Agora, em 2025, retorna ao gênero romance “Por Quem choras, Helena”. O autor deixa, ainda, a expectativa de, talvez, mais uma obra, se tiver tempo, lucidez e motivação.